Conquistando novos (e reticentes) leitores

Estou sempre lendo algo, e carregando essa leitura prá cima e prá baixo nas minhas andanças. Como sou inquieta, aproveito cada minuto de espera para avançar algumas páginas. E, confesso, no íntimo também gosto de pensar que, assim, estou estimulando os outros a lerem.
Adoro também emprestar livros. Com alguns amigos que amo mas vejo pouco, faço trocas periódicas. A cada encontro, devolvemos os empréstimos e oferecemos outro exemplar, combinando que cada um o trará de volta na próxima vez. O mais bacana é que o que lemos acaba virando um item a mais no tal almoço ou jantar.
Gosto também de emprestar livros aos pouco afeitos a leitura. Coisa de teimosia mesmo. Insisto tanto que a pessoa acaba tomando emprestado com expressão meio reticente. Mas o melhor é que, invariavelmente na hora de devolver, ela comenta o quanto aquela leitura fez bem a ela. Até a fofa da minha faxineira não escapou desta minha mania. Ela largou a escola no meio do ginásio, e há muito não lia nada. Fui então emprestando a ela livros que achei que ela gostaria. Alguns ela gostava, embora admitisse não ter "entendido direito tudo". Outros ela até conversava a respeito. No final, a grata surpresa: ela virou fã de Rubem Braga. E dia destes fiquei muito feliz: no caminho para o ponto de ônibus, ela tomou coragem de entrar num sebo aqui perto de casa. E comprou baratinho 2 livros bem usados desse autor. O melhor foi a sua carinha orgulhosa ao me mostrar as aquisições.
Continuo emprestando livros a eles todos, pois acredito que a frequencia cria o hábito. E, como dou prazo para a devolução, tenho certeza que eles, certamente, estão ajudando a engrossar o Movimento Livro na Mão.... Meio maquiavélico, não? rsrs